Eles são capazes de jogar, comer, assistir à TV, conversar e ainda responder no WhatsApp, tudo ao mesmo tempo. Aposto que você já se perguntou como eles conseguem realizar tantas tarefas simultaneamente. A geração Z – ou nativos digitais – tem transformado o mundo com novos objetivos e prioridades. Porém, esse comportamento baseado na velocidade, agilidade e dinamismo pode se tornar um desafio quando o assunto é capturar a atenção dessa geração.
Atenta a essas mudanças, a edição comemorativa de dez anos do Programa de Formação Continuada (Profoco) proporcionou ao corpo docente da Universidade de Taubaté (UNITAU) a oportunidade de debater e aprimorar seus conhecimentos, em um evento híbrido, cujo tema foi: “Geração Z e a nova era da Educação: autonomia, responsabilidade e engajamento”. O evento, que conta com o apoio da Fundação Universitária de Taubaté (FUST), alinhou-se ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 4, que visa promover uma educação de qualidade. A capacitação iniciou-se em 29 de fevereiro, com a formação dos professores da Educação Básica do Colégio UNITAU e da rede pública e privada de ensino. A segunda etapa ocorreu nos dias 11, 12 e 13 de fevereiro, com abertura no Auditório do Departamento de Ciências Jurídicas e Internacionais e demais atividades no Departamento de Comunicação e Negócios (CEN).
No Brasil, a geração Z, composta por pessoas nascidas entre 1995 e 2010, já ultrapassa 45 milhões, de acordo com o IBGE, e representará 25% da força de trabalho até o final deste ano, conforme relatório da McKinsey.
Igor Chohfi, um dos fundadores da Rede PAVIM, que visa desenvolver e impulsionar a carreira de jovens no mercado de trabalho, foi um dos palestrantes do evento. Ele destaca que os professores são a classe que mais interage com essa geração. Assim, entender esse perfil pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a formação dessa força de trabalho, que já interage com outras gerações dentro das empresas. “A Geração Z traz muitos questionamentos sobre como o mundo funciona, com foco na tecnologia, instabilidade financeira e comportamentos, entre outros fatores”, explica Igor.
Por isso, quando a geração Z compreende o propósito das atividades e do processo de aprendizagem, novas oportunidades de melhoria e desenvolvimento se abrem. “Ao questionar estruturas preexistentes, junto com uma geração mais conectada à tecnologia, podemos utilizar isso para melhorar nosso dia a dia”, complementa Igor.
A partir dessa perspectiva, o modelo de ensino está se transformando, e o papel do professor também está mudando. Segundo Renê Oliveira, reitor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP) e palestrante do encerramento do Profoco 2025.1, o ambiente de ensino-aprendizagem evoluiu de uma relação passiva e hierárquica para um cenário de colaboração e cocriação. “O papel do professor agora não é ser a principal fonte de conhecimento, mas ensinar os alunos a interpretar, filtrar e aplicar a grande quantidade de informações de forma crítica e criativa”, comenta.
Essa abordagem interativa no ensino contribui para o equilíbrio entre autonomia e responsabilidade, conseguindo atrair a atenção dos alunos. Assim, a tecnologia deixa de ser um desafio e se torna uma grande aliada no processo de ensino. “A capacidade de tornar o ensino mais interativo reduz o desgaste físico e mental dos educadores, permitindo que, com os recursos certos, o professor se concentre no que realmente importa: inspirar, engajar e transformar toda a aprendizagem”, finaliza Renê.